O canto e a
música nas Celebrações da nossa Igreja
I.
A Igreja de Jesus
Cristo, segundo a Lumen Gentium
01. Introdução. A nossa Igreja, no Vaticano II, através
do documento conciliar ‘Lumen Gentium’, diz e acredita que Cristo é a luz dos
povos e Ela (igreja), ao anunciar o Evangelho a toda criatura, deseja iluminar
todas as pessoas com a claridade de Cristo, cujo rosto precisa resplandecer na
face dessa mesma Igreja que anuncia, isto é, o rosto de Jesus precisa ser o
rosto dessa nossa Igreja. E n’Ela, sempre que celebrada a memória da ceia de
Jesus com seus discípulos, celebra-se o sacramento do Pão Eucarístico para a
unidade dos fiéis, vindo a constituir um só corpo em Cristo. Assim como no
corpo humano muitos são os membros, com suas respectivas e importantes e
indispensáveis funções, também na Igreja de Jesus, muitos são os dons, as
funções, as necessidades e as responsabilidades mútuas entre os que a integram.
02. Vocação da Igreja/Discípulos. Dessa
realidade decorre a compreensão sobre a grande vocação de todo o povo cristão que
é a de viver unidade com Cristo e em Cristo, presente na Igreja, encorajados e
animados pelo Espírito Santo. Essa necessidade de fazer-se corpo, de ser grupo,
de as pessoas serem vocacionadas para viver unidade/comunhão com Cristo e com
os irmãos é facilitada pela presença do Espírito Santo, iluminando a todos na
busca do melhor jeito de viver, no aqui e agora de todos os dias e lugares, a
proposta do Reinado de Deus, anunciado e testemunhado por Jesus. Colocar-se a
serviço da implementação do Reinado de Deus é a grande vocação comum a todos,
tanto da hierarquia, quanto dos demais membros dessa nossa Igreja. Portanto, o
parâmetro, o critério ou o referencial para as eleições, escolhas e decisões de
todos os membros da Igreja são sempre os valores propostos por Jesus.
03. A Igreja no coração do mundo. O lugar próprio
para viver a experiência de Igreja fiel à proposta de vida anunciada e
testemunhada por Jesus é o mundo no qual cada um está inserido; esse é o lugar
próprio, é o único que se tem. Isto porque sempre se vive num ‘aqui e agora’
concretos. É nesse mundo, nesse lugar e tempo específicos e respectivas
circunstâncias, que homens e mulheres têm para viver, trabalhar, orar,
festejar. É dentro ou de dentro, com essa e/ou a partir dessa realidade, com
toda a intensidade de vida nela existencializada, que as pessoas vão construindo
seus sentimentos, suas compreensões, seus quefazeres, suas conversões e é nela
e com ela que também irão fazer suas orações, suas celebrações, suas festas.
04. as
Celebrações e os respectivos Ritos. Numa festinha ou celebração de
aniversário sempre se tem um aniversariante, sujeito centro da celebração/comemoração.
E essa celebração de aniversário tem o seu ritual próprio, sob pena de não ser
celebrado o ‘aniversário’ que se deseja celebrar. A celebração de um
aniversário sem o momento do canto ‘Parabéns a você’ parece não ser um aniversário.
Aquelas partes que são indispensáveis para que o fato seja ele mesmo são as
chamadas partes intrínsecas ao evento e essas partes constituem o chamado RITO
de uma celebração. Uma festa de comunidade obedece a mesma lógica; tem o
padroeiro que precisa ser mencionado e/o lembrado e o rito próprio, que pode
ser mais ou menos solene, com mais ou menos pessoas, com muitas ou poucas
atividades, mas sempre tem um ‘esquema’, um jeito próprio. Da mesma forma,
ainda, uma data de emancipação municipal ou de criação de um país. Essas datas
têm sempre um sujeito e tem um ‘esquema’, um cerimonial/ritual que é observado,
cumprido, próprio para essas celebrações/festejos.
No espírito e propósitos desse nosso Encontro sobre o Canto
Litúrgico, a grande pergunta que permeia toda essa nossa atividade é ‘como nós
cristãos católicos celebramos a vida, a morte, a ressurreição e a mensagem de Jesus
Cristo que continua vivo e presente no Pão da Eucaristia e na memória dos que
Nele crêem’?
Cfr. Doc. Conciliar ‘Lumen Gentium” sobre a Igreja – Edições
Paulinas – S. Paulo - 1965
II. O Canto na
Liturgia de acordo com a Sacrosanctum Concilium
01. Introdução. A tradição musical da Igreja católica
constitui um tesouro de inestimável valor. Ocupa um lugar proeminente,
principalmente porque o Canto Sacro, baseado em palavras, é parte integrante da
Liturgia solene. A música sacra tem uma função ministerial importante no culto
dominical. E a música sacra será tanto mais santa quanto mais intimamente
estiver ligada à ação litúrgica, quer exprimindo mais suavemente a oração, quer
favorecendo a unidade, quer dando maior solenidade aos ritos sagrados da Missa.
A música sacra tem duas grandes finalidades que são a glória de Deus e a
santificação dos fiéis (cfr 112 SC).
02. O lugar do canto e da música na liturgia. A ação
litúrgica recebe uma forma mais elevada quando os ofícios divinos são
celebrados com canto e neles intervêm os ministros do canto sacro e quando o
povo participa ativamente. A SC recomenda que o tesouro da música sacra seja
conservado e favorecido com suma diligência e que sejam assiduamente
incentivadas as ‘Scholae cantorum’. Que os Bispos e pastores cuidem com
diligência que toda a comunidade possa
participar conveniente e ativamente das funções sacras realizadas com canto
(cfr 113 SC). E que para promover a participação, trate-se de incentivar as
aclamações do povo, as respostas, as salmodias, as antífonas e os cânticos, bem
como as ações e gestos e, a seu tempo, seja também guardado silêncio (cfr 30
SC).
03. Formação Musical. A SC recomenda que se tenha grande
preocupação com a formação e a prática musical nas escolas católicas e
institutos de formação e aos compositores e cantores seja dada uma genuína
formação litúrgica (cfr 115 SC).
04. Gêneros Musicais. O Canto gregoriano é marca tradicional
da liturgia romana. Outros gêneros de música sacra não são excluídos, contanto
que se harmonizem com o espírito da ação litúrgica (cfr 116 SC). É conveniente
que se prepare a edição de músicas mais simples para favorecer a participação
do povo (cfr 117 SC). O canto popular religioso seja inteligentemente
incentivado, de modo que os fiéis possam cantar nos pios e sagrados exercícios
e nas próprias ações litúrgicas, de acordo com as normas e orientações (cfr 118
SC).
05. Os instrumentos musicais. Tenha-se na Igreja Latina em
grande consideração o órgão de tubos, como instrumento tradicional de música,
cujo som pode acrescentar às cerimônias admirável esplendor e elevar com
veemência as mentes a Deus e às coisas divinas. Outros instrumentos musicais
podem ser admitidos ao culto divino, contanto que sejam adequados ao uso sacro,
ou possam a ele se adaptar, condigam com a dignidade do templo e favoreçam
realmente a edificação dos fiéis (cfr 120 SC). Importante é observar que as
eventuais mudanças não podem comprometer a unidade substancial do rito romano e
que estejam de acordo com o verdadeiro e autêntico espírito litúrgico desejado
(cfr 37 e 38 SC). Se há a necessidade de mudanças, que as mesmas sejam feitas
com muita prudência e que as mesmas ajudem na edificação dos fiéis (cfr 40 SC).
06. Dos compositores e suas produções. Imbuídos do
espírito cristão, compenetrem-se os compositores que foram chamados a cultivar
a música sacra e para aumentar-lhe o tesouro. Componham, porém, melodias que
apresentem as características da verdadeira música sacra, e que possam ser
cantadas não só pelos grandes coros, mas que também estejam ao alcance dos
modestos e favoreçam a participação ativa de toda a comunidade dos fiéis. Os
textos destinados aos cantos sacros sejam conformes à doutrina católica, e
sejam inspirados e tirados principalmente da Sagrada Escritura e das fontes
litúrgicas (cfr 121 SC).
Cfr. Doc. Conciliar ‘Constituição sobre a Sagrada Liturgia’ - Vozes 2ª edição – 1966
Cfr. Doc. Conciliar ‘Constituição sobre a Sagrada Liturgia’ - Vozes 2ª edição – 1966
III.
Identidade dos Cantos
Religiosos: Litúrgicos e Pastorais
Obs.: Segundo Frei Turra, ‘a música é serva da Palavra’; entretanto,
ouso acrescentar: tudo o que for feito ou pensado para uma Celebração
Eucarística deve fazer com que as pessoas a compreendam, vivam, curtam e
interiorizem o Mistério da Encarnação de Cristo que acontece no gesto da
consagração do Pão e do Vinho. A consagração faz o Cristo presente e vivo na
comunidade que celebra. O ritmo, o volume, o tom dos cantos, das falas, das
orações, dos gestos, a ornamentação, tudo deve favorecer à criação de
serenidade, interiorização, devoção, intimidade com o Mistério celebrado. A ninguém
que venha a presidir qualquer um dos momentos da Celebração Eucarística é dado
o direito de se preocupar apenas em fazer com que os outros rezem e tenham sua
intimidade com Cristo; ele mesmo que preside deve ser o primeiro a criar em si
o espírito de oração, de devoção, de intimidade com o Mistério Celebrado.
1.
Tendo como pressuposto as compreensões acima apontadas, a
Igreja, integrada por todas as suas comunidades, celebra sua vida, sua
história, suas conquistas, sua caminhada, enfim, faz as suas celebrações na
perspectiva de criarem sempre mais comunhão, tanto entre os membros que
integram uma comunidade cristã específica, quanto comunhão com as demais
comunidades cristãs católicas presentes mundo inteiro.
Celebração é festa e, a princípio, não há festa sem música,
sem cantos. O canto e/ou a música não são enfeites, mas fazem parte constitutiva
da celebração da festa eucarística. A presença da música e/ou do canto é
intrínseca ao ato de festejar e de celebrar a eucaristia. Assim como os países
têm o seu hino ou hinos, os estados têm o seu, um município o tem, as dioceses o
têm e as comunidades, com seus padroeiros, também têm o seu hino. Em qualquer
uma dessas festas a presença do hino é uma realidade necessária.
2.
As nossas canções têm origem nos seis primeiros séculos da
Igreja, constituídos a partir de duas grandes vertentes: a salmodia e o hino. A
Salmodia: dirigida e coletiva (contínua ou alternada); as intercaladas ou
responsoriais e as formas variadas de antífonas que favorecem a escuta e a
intercessão. Os hinos, nascidos no Oriente, propagam-se pela Europa, atingindo
seu pleno amadurecimento com Santo Ambrósio no ano de 397 d.C. Por séculos
esses cantos permaneceram com as mesmas características.
Com o Concílio Vaticano II aconteceu um sopro renovador nas
nossas celebrações, na forma de conduzi-las e no jeito de o povo participar. O
povo foi convidado para uma participação mais ativa e envolvente e, ao mesmo
tempo, renovadora no jeito de celebrar. Com isso a realidade do povo passou a
ser mais cantada, principalmente com a presença da Teologia da Libertação,
provocando outras vertentes de cantos.
‘Entretanto, o tempo que vivemos hoje é um tempo muito
delicado, pois se observa uma tentativa de retrocesso, quase que uma volta ao praticado
antes do Vaticano II. A moda ‘retrô’ parece estar marcando grande influência
também no comportamento de parte da nossa Igreja. Se, de um lado, é importante
guardar os tesouros da tradição, de outro lado, entretanto, não se pode
eliminar os avanços e as coisas novas que vão sendo criadas. Afinal de contas,
o Espírito Santo continua soprando novidades aos que se dispõem a ouvi-lo’ (observação do autor desse texto).
3.
Hoje são reconhecidas duas modalidades de cantos religiosos:
o canto litúrgico e o canto pastoral. O canto litúrgico é criado para um
momento específico da celebração Eucarística ou da celebração da Palavra. Esses
cantos, de preferência, têm inspiração direta em textos bíblicos. Os cantos
Pastorais, por sua vez, são todos aqueles cantos de mensagem positiva, religiosa
ou não, que possam ser utilizados em encontros e catequese, e em outras
atividades e/ou encontros similares. Em algumas situações especiais, os cantos
Pastorais também podem ser utilizados na celebração Eucarística. Significa,
pois, compreender que todo canto Litúrgico é pastoral, mas nem todo canto
Pastoral é litúrgico.
4.
A seguir, são apresentadas algumas orientações com a
intenção de auxiliar a quem tem a função de escolher os cantos para as
celebrações. Essas orientações fundamentam-se em documentos da CNBB e em diretrizes
específicas sobre a presença do canto na Liturgia. Entretanto, não significa
dizer que, em determinada celebração, não se possa fazer algo que não se
encaixe exatamente com o que é recomendado abaixo. Essas normas querem apenas
ajudar o povo a rezar e rezar bem através do canto, sugerindo o instrumento e o
ritmo mais corretos no momento certo. Não se quer dizer que ‘tem que ser
assim’.
Para isso é bom lembrar que o presidente da celebração e
aqueles que a preparam devem discernir o que fica bem fazer ou não fazer em
cada ocasião e/ou momento da celebração. O critério a ser levado em conta,
pelos que preparam uma celebração, sempre deve ter origem numa resposta sincera,
à seguinte questão: Desta forma que
estamos pensando fazer vai estimular o povo a participar, vai ajudar o povo a rezar
melhor, com mais devoção, vai provocar mais intimidade com Cristo?
IV. Critérios para a
escolha dos Cantos e respectivas Celebrações.
Essas orientações desejam ajudar no
processo de fundamentação das escolhas dos cantos, bem como construir mais
unidade em nossa caminhada de Igreja através das nossas celebrações. São
fornecidas algumas ‘dicas’ que querem ajudar.
Procedimentos recomendados:
* Escolher cantos, cujas letras estejam em harmonia com o texto/mensagem do Evangelho e/ou de uma ou outra das leituras propostas para o dia;
* Dar preferência para os cantos cujas letras sejam inspiradas em textos bíblicos... ‘Cantai ao Senhor, bendizei seu amor’... ‘O Senhor é o meu bom pastor’..
Existem três tipos de letras:
A) Em primeiro lugar, dar preferência aos textos cujas letras são em si mesmas uma oração (letras orantes)... ‘Sabes, Senhor, o que temos é tão pouco pra dar’... Senhor, abra-nos os olhos e veremos a salvação’... ‘Senhor, meu Deus, quando eu maravilhado’...
B) Em segundo lugar, os textos, cujas letras descrevem e/ou narram uma situação (letras descritivas)... ‘Tu vieste à margem do lago, não buscaste’... ‘Quem vê o sol nessa manhã, quem vê uma pouco mais de paz’... ‘Na comunhão recebemos do Pai’... ‘Irmão, é bom se encontrar’...
C) Em terceiro lugar, os textos que buscam transmitir uma ideologia, uma maneira de pensar de um grupo (letras psicologizantes)... cantos identificados com um movimento ou uma pastoral específica... Não são recomendados para uma celebração Eucarística... São a última opção.
-Preferir letras escritas no plural... pois se quer celebrar comunitariamente... ‘Nós cantamos com alegria’... ‘Ofertamos, Senhor, pão e vinho’... ‘Cantai (vós) ao Senhor’...
·Observar silêncio durante a Consagração e após a Comunhão; É importante oferecer esses momentos de silêncio ao povo que ora, reza, interioriza... Nas Missas com transmissão via Rádio ou TV... não se pode fazer momentos muito grandes de silêncio... nesses casos, cada caso é um caso... recomenda-se bom senso.
-Utilizar, de preferência, quando se canta andando, em procissões e/ou momentos similares, o ritmo balada, toada, marcha... isto é, cantos que ajudem a dar ritmo calmo e orante durante a caminhada...
Atenção: Quando a missa é para toda a comunidade, não existe a ‘missa do movimento X ou do setor pastoral Y ou Z’ que está coordenando ou ‘puxando’ os cantos... o que existe é a ‘missa com o movimento X ou com o setor Y ou Z’. Mesmo que um setor e/ou um movimento tenha preparado a celebração... é necessário fazer sempre em comunhão com toda a comunidade, para que essa possa junto cantar... os cantos devem ser de conhecimento de toda a comunidade e essa mesma comunidade toda deve poder participar. Entretanto, se houver uma Missa específica para um movimento e/ou um setor de pastoral, de conhecimento da comunidade, nestes casos podem ser cantadas algumas canções mais identificadas com o setor e/ou com o movimento que celebra, mas sempre em caráter de exceção.
Há dois grupos de cantos litúrgicos: os que são o rito e os que acompanham o rito.
*Os que são o Rito: Esses cantos são os mais importantes; é quando o rito é cantado; nestes casos sempre se canta o canto até o fim e o texto precisa ser o mais fiel possível com o texto que é rezado. Integram o rito de uma Missa: Ato penitencial, Glória, Salmo responsorial, Creio, Santos, Pai-Nosso, Canto de louvor.
*Os que acompanham o Rito: Esses cantos duram enquanto durar o rito ao qual eles servem. São eles: entrada, entrada da bíblia, aclamação, procissão das ofertas, comunhão e de envio e ainda outros durante bênçãos, aspersões...
* Algumas observações pertinentes:
- É importante, em respeito aos compositores, quando forem elaboradas fichas de cantos, indicar o nome dos autores.
- Os cantores, os ‘ensaiadores’, os ‘puxadores’ de canto, compositores e instrumentistas são Ministros do Canto. Portanto: tenha-se uma postura adequada; não chamem a atenção pela extravagância dos gestos, do falatório, das roupas, enfim, do comportamento enquanto a comunidade reza. Os animadores do canto também precisam rezar, não podem ser apenas ‘profissionais’ que vão lá só para ‘fazer um show’, ‘fazer um som manero’, enquanto os demais rezam.
-Lembrar sempre que o mais importante é o ambiente ‘orante’ que se quer e precisa ser criado em cada celebração. Portanto, tudo o que contribuir para que isso aconteça, seja bem-vindo, o que atrapalhar que seja evitado.
*Ah!, E aquele canto para Nossa Senhora ou para o Padroeiro que ‘precisa’ ser cantado sempre no final da missa... Esses cantos serão cantados nas ocasiões próprias, isto é, nas datas daquele padroeiro; para Nossa Senhora existem várias festividades; nestas datas, tudo bem que se cante... mas, nas demais ocasiões, que a comunidade se reacostume a cantar a liturgia própria do dia.
* ”Antes da missa pode haver música instrumental ou cantada, ao vivo ou gravada, para criar clima de oração e de recolhimento e formar uma atmosfera de acordo com o espírito da celebração que vai se iniciar. É também muito útil tocar uma gravação, ou mesmo nos instrumentos, a melodia dos cantos a serem ensaiados e cantados na missa; esse recurso facilita o ensaio e a aprendizagem” (Doc. CNBB nº 12, p.7).
*Música ambiente: quando as Igrejas permanecem abertas, além do horário das suas Celebrações, para o público poder rezar e/ou para visitação de turistas, essa atitude ‘pega muito bem’. A experiência tem demonstrado que a presença da música sacra no ambiente faz bem a quem visita uma Igreja, mesmo que turista. A música ambiente pode inspirar, sugerir e/ou levar as pessoas a momentos bonitos de oração, de interiorização, de contemplação.
V. Momentos da Celebração e a Identidade desses Cantos
São apresentadas algumas considerações e/ou sugestões sobre a identidade dos cantos para cada um dos momentos que integram uma Celebração Eucarística:
·Canto de entrada: Ser alegre, vibrante, que fale em acolhida. Não dura muito mais que do que a Procissão de Entrada. De preferência, todos cantam.
·Ato Penitencial: Texto integral, ou, no mínimo, deve conter os dizeres ‘Senhor tende piedade de nós, Cristo, tende piedade de nós, Senhor, tende piedade de nós’. Para pedir perdão, é conveniente adotar uma atitude de serenidade e de arrependimento; o ritmo da música deve ser calmo, solene, lento, de preferência música em tons menores. Pode ser executado por solista(s) com intercalações pelo povo.
-Glória: Trata-se de um dos mais alegres cantos da Celebração. Seja o texto o mais integral possível. Todos os instrumentos são bem-vindos. Pode ser cantado por todos, ou alternado: coro-assembléia, ou, em ocasiões especiais, cantado por coral.
·Entrada da Bíblia: Participação livre: solo, coral, povo, dança...
·Salmo responsorial: É resposta do povo à leitura bíblica recém ouvida. Deve ser, necessariamente, salmo. Não é qualquer canto de meditação. É salmo porque esse momento faz parte da liturgia da palavra, assim como as leituras. De preferência solista(s) canta(m), intercalando com o povo ou coral.
-Procissão das ofertas: O ritual das oferendas perdeu a sua rigidez, tornando-se um dos momentos mais livres da celebração. De acordo com cada ocasião, pode-se escolher o canto que mais vai se adequar. Pode falar no pão e no vinho; pode falar das ofertas naquele momento trazidas. Pode ser acompanhado por uma dança ou coreografia...
·Sobre os gestos: Sempre que houver a sugestão de gestos específicos em momentos de uma Celebração, o povo deve estar livre para fazê-los, se quiser. Não fica bem forçar: ’todos com os braços assim’. Deve ser respeitada a índole de cada um, para que todos se sintam bem à vontade.
·Santo: O mais vibrante canto da Celebração. A letra deve ser integral e/ou o mais próximo possível do texto do rito. Sua execução pode ser acompanhada com todos os instrumentos possíveis. De preferência que todo o povo cante.
·Pai nosso: Para valer pela oração, a letra deve ser igual ao texto original. Quando cantado, é sempre cantado por todos. Sugere-se rezar (ou cantar) também o seu final ‘pois vosso é o reino, o poder e a glória, para sempre’.
·Abraço da paz: Cuidar para não mandar o povo fazer duas coisas ao mesmo tempo: saudar os irmãos de Celebração e cantar. Ou se fala, ou se canta. Se for cantar, fazer o anúncio do canto quando o povo está terminando de se cumprimentar.
·Cordeiro de Deus: Cantar uma melodia não muito rápida, com a letra integral ou uma letra o mais próxima possível do texto integral.
·Comunhão: Letras em sintonia com o Evangelho e/ou que falem do Corpo e Sangue de Cristo, no seu sacrifício pela salvação do povo. De preferência, utilizar canção orante. Enquanto o povo se movimenta para e/ou na ‘fila’ da Comunhão, pode-se utilizar de um solo instrumental, ou um grupo canta e em seguida entoar canções que o povo possa cantar, toda e/ou em parte/refrão, sem a necessidade de portarem um livro ou folheto em suas mãos. No momento do pós-comunhão, respeitar algum momento de silêncio... pode-se cantar ainda outras canções. Sempre respeitando ‘o espírito’ que pensado provocar em cada Celebração. Pode-se intercalar o canto com prelúdio (solo instrumental no início), interlúdio (solo instrumental no meio da canção) e pós-lúdio (solo instrumental no fim).
·Compromisso final e Envio: A canção final deve ter e/ou criar um clima positivo, animado, e a letra deve motivar a comunidade para os desafios da semana. Pode, portanto, constituir-se num incentivo que encoraje as pessoas em sua caminhada, que ligue o evangelho à vida. Que seja cantado sempre antes do ‘Ide em paz’, porque após perde o sentido, uma vez que a assembléia já foi dispensada. Entretanto, logo após o ‘Ide em paz’, os animadores do canto podem ainda cantar algum canto, mas sem convidar a assembléia para isso. Uma música instrumental também pega bem neste momento.
Aprender a respeitar
o caráter diferenciado de cada uma das celebrações e aprender a
respeitar para quem ela é preparada é uma grande
sabedoria.
Texto construído a partir da
Lumen Gentium, da Sacrosantum Concilium, de
Documentos da CNBB e de subsídio elaborado por Joel Franz.
Documentos da CNBB e de subsídio elaborado por Joel Franz.
Campo Bom, 27 de novembro de 2012.
José Wilson
Schlickmann
Coord. CODIMUSA NH
Tópicos para reflexão no Encontro de
Esteio Novo em 01-12-2012
Roteiro das considerações:
01. Auto-apresentação e motivação para ali estar
02. Por que aqui estamos? Quem somos? Nós irmãos e
o povo ... quem é o ser humano ...
03. Dimensões constitutivas do ser humano: húmus
manas... somos resultado da terra e à terra voltaremos ... um prato de comida ...
03.01 –
dimensão corpo
exercícios físicos
03.02 –
dimensão psique
exercícios mentais
03.03 –
dimensão espiritual exercícios espirituais ...
Dimensões
relacionais: ... como cuidar,
cultivar ... como exercitar-se
03.01 –
relação com as coisas ... relações com
as coisas ... de utilidade
03.02 –
relação com os outros ... “ com o outro de intersubjetividade
03.03 –
relação com o transcendente ... relações de transcendência
04. Dimensão
espiritual – é a dimensão do sentido da vida, das relações ... o que anima as
pessoas a agirem de um ou outro jeito? É a qualidade do seu espírito... se de
vingança, se de perdão, se de compreensão, se de solidariedade...
05. Valores – são
valores para quem os valora ... o que é sagrado ... o almoço da família uma vez
por mês ... pode ser algo sagrado ...
06. Qual é o sagrado que une os cristãos? ...
Cristo, sua vida, mensagem, testemunho, sua memória, a Eucaristia ...
07. Ser cristão é qualificar o seu espírito pelo
espírito de Jesus... isto é, o mesmo espírito que animava Jesus a ser do jeito
que era é o espírito necessário para ser um discípulo seu ...
08. Religião é uma forma de relação, de diálogo
com o transcendente absoluto, ... um é o grande espírito que une o grupo ... os
cristãos ...
09. Para um grupo se reunir, viver o mesmo
espírito, dedicar-se à mesma causa são necessárias normas, combinações, coisas
em comum ... um grupo de esportes, de
dança, de teatro, de canto, de oração
10. As celebrações dos grupos obedecem a um rito
... um aniversário de criança, de jovem, de adulto ... o festa pelo título de
uma torcida, a festa em homenagem à padroeira de uma comunidade... a reunião de
um clube de cultura obedece a um ritual,
a festa de aniversário obedece a um ritual... a reunião dos cristãos em
torno do Mestre Jesus também obedece a um ritual ... e esse ritual é próprio e
específico só desse rito... isto é, possui um conjunto de características que
as pessoas identificam como sendo isso ou aquilo... de longe se percebe se as
pessoas estão fazendo um festa de aniversário ou não ... pelo canto do parabéns
a você ..., pelos ‘comes e bebes’, etc... ?como percebem que as pessoas estão
Celebrando a Eucaristia ??? ...
11. O que é liturgia
... o que é um rito, um ritual ... após o dilúvio foi oferecido um sacrifício,
quando descobriram o Brasil celebraram uma Missa, quando inauguramos um novo
lugar para a comunidade rezar rezamos uma Missa ... Missa festiva da padroeira
Aparecida tem um ritual diferente das Missas do dia a dia de uma comunidade...
12. A primeira Missa ... a Santa Ceia de Jesus com
seus discípulos ... tinha todo esse ritual que hoje utilizamos e que às vezes
até chegamos a condenar nossos irmãos???
Será que Jesus estava preocupado em cantar esse ou aquele canto, em
rezar desse ou daquele jeito? ... entretanto para construir unidade se pensou
em algumas coisas que seriam importantes que se observasse ... mas foram
criados por nós humanos, não exigências de Jesus ... o que quero dizer com isso
é que é importante que se tenham normas, rituais, orações comuns a todos, mas
elas não podem ser maiores que a mensagem de Jesus, que o espírito necessário
para se encontrar com Jesus na Eucaristia,
... o conjunto da celebração deve fazer bem ao coração, à alma, ao
espírito das pessoas que juntas celebram ...
13. Ir para anotações do texto ‘O canto e a música
nas Celebrações’
14. Ir para os textos de e-mail ... o que dizem
sobre o Advento ... e o que se quer celebrar ... esses textos falam por nós ...
concordamos com eles??? ...
Autor: José Wilson Schlickmann
Caro amigo, precisaríamos de, pelo menos, umas três horas com vocês, para abordarmos todo esse contexto com calma. Fizemos o que foi possível... mas ficamos visivelmente "atropelados" pelo tempo e pela reação de quem teve o impulso de realizar logo a compra dos cds.Pe. Tiago Tedesco foi delegado pela Área para presidir as Missas de novena do Diácono Charle, que se oredenará dia 07/12, ele estava presidinndo ontem e nem tivemos condições de combinarmos alguns detalhes...Hoje, na missa da manhã, nosso pároco,Pe. Cristiano da Rosa, que ontem precisou sair antes da chegada de vocês, perguntou como foi o final da tarde. Ele queria muito estar. Quer conhecê-los. Ele sonhou esse momento e pediu para que ajudássemos. Precisou presidir três missas ontem à tarde e não conseguiu voltar antes da noite.Fiz um relato curto. Mais tarde conversaremos detalhes, faremos avaliação e projeções para o futuro. Mas a participação de vocês gerou frutos positivos, que através da fala de outras pessoas já chegaram ao conhecimento dele.
ResponderExcluirTenham um abençoado Tempo nesse Ciclo Natalino!
Paz e bem! Nossos cumprimentos e agradecimentos!